A Vítima

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Vítima. Ideia pouco falada, mas percebida todo santo dia, em todo lugar por qual passamos.

Quando falamos de vítima, estamos falando de uma pessoa que sofre por conta de algo ou alguém: o “agressor”. E, nesse momento, terceirizamos a SOLUÇÃO para o nosso problema: inconscientemente, já admitimos para nós mesmos que não conseguimos resolvê-lo, afinal, “que culpa eu tenho se eu sou a vítima e ele o agressor?”.

O leigo enxerga essa situação e repete as exatas mesmas palavras do final do parágrafo anterior. Afinal, a pessoa que é vítima não desejou em nenhum momento sofrer o que está sofrendo e, portanto, só lhe resta sofrer calada em sua posição injustiçada que lhe foi dada por Deus, ou por seja lá a divindade/crença que você, leitor, tenha.

Antes de tudo, precisamos deixar algo claro, existem dois tipos de vítima, a grosso modo: aquela que de fato é, e aquela que se faz. Muitas vezes o primeiro tipo consegue contornar a situação que lhe foi dada pela vida e superar suas adversidades, servindo até mesmo como um aprendizado que será carregado consigo até a cova. Isso só acontece quando o indivíduo se livra da condição mental antes de se livrar da condição atual de vítima, eis o porquê…

O Poder da Mente

A pessoa que permanece no estado mental de vítima admite para si mesma diariamente (subconscientemente) que não possui controle sobre sua circunstância de vida atual. Ou seja, ela não tem controle sobre sua a própria vida. E agora vou fazer o sangue de alguns ferver: o “agressor” (seja uma pessoa, uma situação, ou qualquer outra coisa que possa fazer esse papel) não tem nada a ver com isso.

A pessoa que hoje é vítima mental de algo ou alguém, sofreria da mesma forma com outro algo ou alguém no futuro, caso os primeiros nunca tivessem existido. O culpado pelo seu sofrimento sempre vai ser você mesmo. Você não precisa acreditar nisso, mas vou explicar por que você deveria caso queira conquistar boas coisas na sua vida: a partir do momento em que você admite que todo o seu sofrimento é de exclusiva responsabilidade sua, você se torna causa e deixa de ser efeito. De forma mais clara — você deixa de ser efeito das ações do meio e dos homens, e passa a ser causa da sua própria realização.

Se você acredita que você vai ser pobre por nascer pobre, você vai ser pobre. Se você acredita que vai sofrer preconceito por ser diferente, você vai sofrer preconceito. Se você continua acreditando que um agente externo é o que te faz sofrer, você vai sofrer.

Mesmo que aquela pessoa tenha te prejudicado e que aquela situação tenha te abalado, terceirizar a responsabilidade ainda é uma escolha. Você pode muito bem não escolher isso e estar um passo mais próximo de passar a ser causa na sua vida — pois você passaria a buscar por soluções em vez de engolir o sofrimento, uma vez que a responsabilidade se torna sua. E se você se acha tão especial e repete internamente coisas como “aquela pessoa me fez sofrer, a culpa é dela, mas isso não me impediu de crescer”, eu te digo com 101% de certeza: você está deixando rios de progresso e evolução na mesa.

E é exatamente por isso que as pessoas que se fazem de vítimas são o tipo mais abominável possível, principalmente jovens provenientes de boas famílias e com boas condições financeiras…

  • “Meus pais não me entendem…”
  • “O mundo está contra mim…”
  • “A culpa não é minha…”

Esse excesso de ego e orgulho impede os jovens de tomarem responsabilidade por suas escolhas. Afinal, não é fácil aceitar que talvez foi você quem errou, foi você quem não quis entender, foi você quem não quis escutar… Mas dizer que todos estão errados e você o único com razão é fácil, certo? Se existe maior autossabotagem que essa, eu desconheço. E, claro, não irei me estender a respeito do restante da situação medonha da juventude atual, que possui infinitos outros problemas além da auto vitimização compulsiva.

O indivíduo que permanece insistentemente cozinhando o seu estado de vítima mental (a respeito de literalmente qualquer coisa) dificilmente conquistará algo de relevante, principalmente porque grande parte de sua energia mental está sendo usada para suprimir o sofrimento causado pelos agentes externos. Essa pessoa não conseguirá focalizar o seu potencial, e é justamente por isso que escrevi essa postagem — alertar.

~ Tavernico